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Tretas

Atualizado: 4 de jul. de 2022

Há uma altura na vida, que pensas que demora, mas que chega num instante, em que revês quase tudo o que te aconteceu e porquê...

Acordada ou a dormir a tua vida (a minha pelo menos tem vindo a ser) é um expiar de culpas, responsabilidades, se, mas, arrependimentos, e se pudesses de castigos por todos os erros que cometeste.

E depois tentar encontrar uma luz, uma crença, fé, esperança, algo que te diga: sim valeu a pena.

Pois é isso que tenho vindo a fazer. Nem sempre, nem todos os dias, mas quase sempre.

Já não consigo encontrar fé em nada, nem encontro a espiritualidade que dizem haver, mesmo os mais céticos. Para mim a espiritualidade é qualquer coisa fora dos circuitos normais das sinapses, neurónios, ligações químicas e não encontramos nada a não ser isso. Sim eu sei que ainda há muito a explicar, mas... os que foram, simplesmente foram. Nada serviu, terem cá estado, nem para eles, nem para o mundo...

De vez em quando surge alguém realmente diferente que parece sair daquilo que supostamente está programado. Stephen Hawking. Não consigo imaginar o que seria viver dentro da minha cabeça apenas, e dependente de tudo e de todos para me deslocar, falar e projetar todas as minhas ideias... É preciso ser-se um Super-Homem! “Although I cannot move and I have to speaker through a computer, in my mind I am free!”

São estas pessoas que de vez em quando, por algum motivo surge um alerta na minha cabeça e percebo que tenho de deixar de me lamentar e andar para a frente e tentar fazer o meu melhor, que sinceramente é tão fraquinho... mas o brilho destas pessoas, hoje, amanhã, depois, mais tarde, adiam o inadiável “Without imperfection neither you or I would exist

Acreditar que vale a pena quando tudo parece sempre igual. As coisas más repetem-se de uma forma mais grave e mais desumana, as boas são poucas, leves e subtis. “Be brave, be curious, be determined, overcome the odds. It can be done!”

É extraordinário para uma pessoa praticamente só com cabeça.

Também é extraordinário e sem querer de todo, desvalorizar nem ... todo essa genialidade e não me refiro só a Stephen Hawkins, outros como ele, que não tinham que se preocupar com as coisas estupidas e mundanas da vida e do dia a dia dum “ordinário” mortal:

· Arrumar a casa

· Levar os filhos à escola

· Dinheiro para pagar a renda

· Dinheiro para a comida e bens de 1ª necessidade, etc.





Tirando aqueles que se entregaram à pobreza como Ghandi e Madre Teresa de Calcultá e fizeram o seu trabalho de génios, contudo também eles não tinham que lidar com a rotina “bestialeira” do dia a dia.

Essa, que nos obriga a andar 100, pensar a 1000 e a dar a 2000. Só muito mais tarde já depois de anos, de uma carreira feita, de os filhos adultos, e de termos envelhecido, é que começamos a pensar no que perdemos, no que erramos, no que já esquecemos, porque a velocidade e a pressão foi tal, que nem conseguimos hoje, distinguir bem o que foi feito para umas coisas, e para outras. E esta estúpida vida, no final, ainda nos cobra, o termos errado e, sido tão imperfeitos. Depois temos livros de autoajuda para superarmos tudo isso, aumentarmos a autoestima, comprimidos que ajudam a produção de serotonina e enfim vamos tentar animar-te antes que morras.

Ah que vida fantástica. É mesmo uma dádiva, dizem-te. Tens que estar grata, podias ter isto aquilo. Podias ter fome, estar num país em guerra não teres pernas, braços, etc.

Credo!!!

Como podemos ser tão mesquinhos e tão pobres de espírito?

Isto não é vida. Isto é NADA! Pior, isto é qualquer coisa indefinível. E depois de milhões de anos do nascimento da terra, nós evoluímos para quê? Para o bicho mais bicho arrogante, mau, violento, egocêntrico, vil, mesquinho, inseguro, cobarde que alguma vez existiu!

Que fazer? E o que sobra? Nada continuas a mesma m**** de caminho, não por ti, pelos outros, por que tu vês, que outros têm imagens diferentes, como tal, aqueles que amas, eventualmente, também. Por eles continuas essa pérfida mentira, e esse tortuoso caminho, acreditando que eles consigam encontrar melhores “finales”.




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