Século 21
- Mariana Selas
- 26 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de dez.
Apesar de me encontrar na reta final da vida, continuo a aprender, a fascinar-me, a desiludir-me, a acreditar e a ter esperança. Dir-me-ão: mas porque não havias de ter? Acima de tudo porque foram muito mais, as desilusões e as más experiências que o contrário. Mas acima de tudo é ver hoje, século 21, como podemos retroceder tanto e não só nas coisas mas também no

pensamento, no conhecimento...
Hoje cruzei-me com uma pessoa que trabalha no mesmo local que eu e depois de alguns minutos descubro que não sabe ler nem escrever! Fiquei chocada! Como é possível?
Como é que podemos ter várias guerras e delas fazermos negócio? Como é possível tanta criança nascer e morrer sem piedade, sem amor?
Como é possível ainda haver países onde as pessoas morrem de fome, de mal nutrição, de sede?
Como é possível acharmos que temos o poder de julgar e punir sem conhecer todos detalhes?
Que aconteceu neste percurso, neste caminho até ao século 21?
Pensei que já não nos debateriamos com estas situações, contudo cá estamos.
Eu na minha vidinha desinteressante ando a trabalhar a inteligência emocional. Já fiz um curso e tenho vários livros para ler. Comecei com aquele que acreditei ser o mais fácil para assimilar conceitos e mudanças, eventualmente: Inteligência emocional para tótós. Inicialmente até achei giro, mas agora parece-me demasiado... não direi simplista porque tem uma ou outra afirmação interessante mas o resto é demasiado positivismo, num mundo tão cruel, não para mim, mas para os outros e, enquanto não tivermos todos as mesmas possibilidades não posso ser feliz. Vou começar a ler um dos outros, quem sabe pode-me ensinar o que é a IE.
Quando mais nova, pensava no século 21, eu e muitos outros jovens como eu, e aquilo que visualizavamos era a evolução no homem e nas coisas... Como me enganei!
Sim temos a IA. No século 20 tivemos tantas novidades o carro, a televisão, o frigorifico, as máquinas de lavar roupa e louça e, claro, o microondas que, me lembro de também, de ter causado polémica e receio.
Hoje faz parte de qualquer casa e ninguém pensa sequer em não o usar e nem se questionam.
Eu sei que muita coisa acontecerá depois de não estar cá. Só espero que pensem em cada um e não em cada coisa.



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