Neste começo de ano (2025), curiosamente, percebo que o meu caminho e as pegadas que vou deixando, vão-se apagando à medida que as pessoas com que me cruzei e, de alguma forma fizeram parte desse percurso, vão desaparecendo do formato terreno.
Há uma sensação enorme de perda em mim, neste início de ano, de tristeza e nostalgia que acredito, ser mais um patamar, que, quem envelhece, tem a possibilidade de sentir. Parece uma coisa má mas não é, isto, se pensar em todos aqueles que morreram e nunca chegaram aqui. Parece-me que todas estas etapas às quais chegamos, alcançamos e/ou ultrapassamos devem fazer parte de um não sei que jogo de, “vamos ver como estás”. Já não sinto ansiedade pelo facto de não saber e não acreditar que haja mais alguma coisa, além desta existência tão miserável quanto bela. Penso que isso é bom e, talvez, um “upgrade” da minha consciência.

Há medida que se interioriza em mim. este flash de: ora estás, ora já não!, percebo que, nada verdadeiramente interessa e só posso mesmo fazer o que acho correto. Se bem… ao tomar consciência de “A vida A vida é o dia de hoje, A vida é ai que mal soa, A vida é sombra que foge, A vida é nuvem que voa; A vida é sonho tão leve Que se desfaz como a neve E como o fumo se esvai: A vida dura num momento, Mais leve que o pensamento, A vida leva-a o vento, A vida é folha que cai!” a minha energia vai decaindo, a vontade e o interesse também. Só não me sinto uma folha, porque sinto demasiado este corpo que me prende a esta terra, e à medida que envelheço parece que cada vez me custa mais carregá-lo e, não, não tem a ver só com o peso. Penso que tem a ver com um desprendimento que contudo se mostra cruel em que o faça. Não sei. Já não sei mais nada. Sempre que acho que estou a chegar a qualquer lado, logo a seguir percebo que não… é super frustrante; por outro lado tenho a mania que vou descobrir o que ainda não foi descoberto… vejam só, “moi” a pequenez, idiota … jesus, sou mesmo humana, credo!
Ando a tentar perceber o que se passa no cérebro humano. Mas para além da bioquímica e das reações entre os vários componentes acredito que afinal não somos nada, apenas um acaso da natureza e isso deixa-me bastante…. triste?... Frustrada? não sei. Afinal, o que nos faz ser iguais e ao mesmo tempo diferentes? Não entendo…
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