Hoje vou falar de filhos e de ser mãe.
Tenho 3 filhos, todos diferentes entre si, contudo, muito unidos e cúmplices.
Adoro os meus filhos! Creio que na minha vida adulta, foi por eles que lutei e por eles ainda continuo aqui. Não sei como, amando tanto e incondicionalmente, se pode cometer tantos erros. Ao chegar aqui, percebo que os meus netos são também meus filhos, porque os amo incondicionalmente.
Falarei dos meus netos noutra altura.
Tenho tido vários problemas com os 2 filhos mais velhos. Penso que de alguma forma foi o divórcio que eu pedi e, eventualmente, todas as decisões que tomei a partir daí, e que, de alguma forma, magoaram os meus filhos.
Com a mais velha, creio que, temos vindo a conseguir ultrapassar esse problema. Não só porque também já é mãe, mas porque eu tenho tentado melhorar-me a cada dia que passa e que vale o que vale...
Com o meu do meio, creio que se errei com os outros, com este errei a dobrar. Porquê?
Tenho pensado imenso nisso quase todos os dias. Para começar, foi aquele que nasceu, não naturalmente, mas provocado. Não que eu quisesse… e não não me quero desresponsabilizar, mas na altura, a minha cunhada andava muito comigo e, achou que 38 semanas já bastavam e instigou-me a ir à parteira, onde andava a fazer preparação para o parto, para, segundo ela “me dar uma ajudinha”. Eu, estúpida, fui com ela à parteira que me fez o “tok” e depois a minha cunhada andou de carro comigo para acelerar e provocar o parto. E assim o meu filho, dos 3, foi o único que nasceu de 38 semanas, os outros 2 de 40.

Depois como a irmã tinha 2 anos e para não sobrecarregar a sogra, deixei o meu filho à guarda de uma vizinha que, acabei mais tarde, por achar que se calhar não tinha sido a melhor escolha. Não que ela não gostasse do meu bébé. Gostava demais dele, mas tinha hábitos que para mim eram muito esquisitos, e era uma pessoa algo “limitada”. Contudo o meu filho lá ficou 2 anos. Depois não consegui mais, e levei-o para a avó paterna. Aí ficou até eu me divorciar. Tinha 8 anos. A mais velha 10 e o mais novo 2 meses. Foi terrível para todos.
Mudei o meu filho de escola o que foi muito mau, e a partir daí nada mais correu bem.
Achei sempre que estava a fazer o melhor, e quando já não achava, mudava. Mas as trocas e baldrocas acabaram por criar nos meus filhos mais velhos, traumas, que eu não consegui imaginar.
Quando me dizem “não te podes culpar, fizeste o que achavas ser o melhor na altura”, é verdade, mas devia ser melhor e ter estado mais alerta. Não posso nem quero deixar de me culpar. Não, enquanto tiver um filho que não sai do seu estado letárgico, ou depressivo, ou “whatever”. Não enquanto tiver um filho a sofrer.
Que posso fazer? Hoje? Acredito que pouco, contudo não perdi a esperança e enquanto aqui estiver, terei sempre a vontade de lhe permitir uma vida com um sorriso.
Não sei. A ver vamos. Mas se há desafio nesta vida é ser mãe, nesta sociedade patriarcal e sem ajudas eficazes e verdadeiras na coisa parental!
Contudo eu quis e amo os meus filhos, só me arrependo de não ter sido melhor!
Espero que eles me perdoem!!
Comments