Creio que estou naquela fase da vida, em que preciso de fazer um levantamento de tudo aquilo que fui, e de tudo aquilo em que me tornei.
Vou falar de um tema do qual nunca falei: Homens.
Antes, uma pequena introdução. Eu nunca fui boa na arte da sedução. Fazer jogos, sejam de sedução, manipulação, etc., nunca foi o meu forte. Aliás, creio que esse é um problema, não, nem será propriamente um problema, apenas algo mais que carrego pela vida fora, porque na verdade, a vida é um jogo e eu sou uma nódoa.
Então, o jogo, à quem lhe chame arte, de sedução, é algo em que nunca fui boa. Sou demasiado transparente, demasiado direta (por vezes demais) e um q.b. de ingénua. Isto porque também não consigo perceber se do outro lado há interesse ou não.
Mas, obviamente, tenho algumas assunções que fui fazendo ao longo deste caminho trilhado. Então, para mim, um homem tem que ser inteligente, tem que ter sentido de humor, e de uma forma geral culto. Claro que, a associar, poderia ter jeito para o bricolage é sempre útil. Parece muito? Talvez. Conheço alguns homens que encaixam de alguma forma neste padrão, mas por qualquer razão, nenhum se mostrou interessado em mim, e creio, que eu não me interessei por nenhum. Também não sou mulher de tomar a iniciativa. Quando o fiz fui contra um muro, e, apesar de não ficar ferida de morte, fiquei ferida no meu orgulho. Por vezes, isso é mais impeditivo que tudo o resto.

Outra coisa que aprecio num homem, é a capacidade de sair de certos estereótipos, como por exemplo, aquele que diz que o homem deve ser mais velho que a mulher, aliás, se tiver idade para ser avô também não faz mal, mas… o contrário? CREDO!!! Deus nos livre e guarde! Por isso, um homem que tem uma relação com uma mulher mais velha, simplesmente porque gosta, é um homem corajoso e, normalmente, para mim, sinal de inteligência ou então, fruto de algum fetiche, seja isso o que for.
Quando as minhas amigas me questionam porque é que não adiro aos sites de encontro, tenho sempre que explicar que, para mim, um homem tem que ter substrato e isso, só percebemos, com sorte, lidando com ele, sem ideias preconcebidas de troca de fluídos.
Mas como todas as ideias sem valor científico, posso muito bem estar errada, até porque esta coisa de relações entre humanos, é bastante complexa. E aquilo que achamos saber nem sempre o é. Ainda há pouco perguntei a uma amiga se fulano era gay e ela disse que não, que era casado e tinha 2 filhas. Fiquei perplexa. Afinal, nem tudo o que parece é, se bem que eu nem consigo identificar pessoas gays, das não gays... sei lá, deu-me para isso... Esta coisa de acharmos que conhecemos quem quer que seja, sem conhecer…
Outra curiosidade em relação a mim própria… claro que tudo isto é uma conversa sobre mim, ou chamemos-lhe um exercício introspetivo e claro que, sofre de parcialidade; a imparcialidade só para um profissional de saúde mental.
Então a curiosidade a que me referia é a de, apesar da idade, e da falta de fé, continuo a ser uma… talvez naif, talvez burra, parva ou, eventualmente romântica, que não acredito, mas contudo, acabo sempre por acreditar naquelas tretas do amor verdadeiro e do amor para a vida. Isto chega a ser obsoleto, na medida em que amar implica despojarmo-nos pelo outro, ou outros, e isso é, tão simplesmente difícil! Mas, quando olho para trás, para as pequenas coisas em que acreditei, porque uma frase despertava em mim uma crença absurda, numa verdade criada no jardim dos filmes românticos, percebi que sou aquilo a que se chama a “fake person”, e a suposta realidade que criava, era tudo menos real.. Isso matou-me como mulher e tornou-me um poço de imperfeição nos vários papeis que desempenhei.
Pior é que acredito que mudei, só não sei se foi para melhor ou apenas ligeiramente diferente...
Kommentare